O Conversa Afiada reproduz texto de Guilherme Hanesh, do blog do Nassif
A propósito, caro amigo navegante, lembro que a minha empresa, a PHA, constou desse “inquérito estranho”.
E, por isso, publiquei o seguinte post: “Sim, confesso, Juiz Mazloum , telefonei para o ínclito delegado Protogenes Queiroz. Telefonei também para …..”
Em tempo: é bom lembrar que Ali Mazloum por um triz não foi expulso da cadeira de Juiz. Quem o retirou da forca ? Ele, Gilmar Dantas (*).
Paulo Henrique Amorim
28/07/2009 – 20:53
Um inquérito estranho
Por Guilherme Hanesh
Nassif, chamo a atenção para um despacho do Juiz Ali Mazloum sobre o inquérito que ele mandou abrir envolvendo o Protógenes Queiroz e o empresário Luis Demarco por, supostamente, terem atuado em conjunto durante a Satiagraha. A íntegra está no site do Conjur (http://s.conjur.com.br/dl/decisao-ali-mazloum-.pdf). Você já havia comentado aqui que existe alguma coisa estranha nesse pedido de inquérito contra o Demarco. Agora o que era estranho ficou bizarro. A lógica do Mazloum não fecha.
1) Mazloum diz no despacho que “por ocasião do recebimento da denúncia, enfatizou a hipótese inaceitável de interesses econômicos terem permeado atividades do Estado” e que “em razão de notórias disputas comerciais entre o investigado da Operação Satiagraha, o empresário Daniel Valente Dantas, e o empresário Luis Roberto Demarco Almeida, foi determinada a abertura de inquérito policial ante a efetiva constatação de telefonemas da PHA Comunicações e Serviços SS Ltda e Nexxy Capital Brasil Ltda (pertencente a Demarco), com o coordenador da aludida operação policial, Protógenes Pinheiro de Queiroz”. Ou seja, o Juiz levanta a hipótese de financiamento privado da Operação Satiagraha e, como Demarco teria disputas comerciais com Dantas, manda investigar Demarco, baseando-se na “efetiva constatação” de telefonemas da Nexxy para Protógenes.
2) Aí o Demarco nega os telefonemas e requer acesso ao material telefônico “sob sigilo” para “provar que nunca teve contato com o coordenador da operação policial” (palavras do Juiz). O Juiz indefere os pedidos (a revelia da ordem do STF) alegando que o Demarco não é parte do processo, mas autoriza acesso ao inquérito aberto em função da sua determinação. Ou seja, o Juiz manda a polícia abrir um inquérito contra o Demarco justificando a “hipótese” de patrocínio da Satiagraha movido por interesses comerciais, consubstanciados em supostos telefonemas que o juiz não quer mostrar. Poderia também ter mandado abrir um inquérito por assassinato alegando a existência de um corpo que não pode ser mostrado, pois o defunto está sob sigilo. Ou mandado investigar o Demarco por porte ilegal de armas, já que existiria um míssil nuclear em nome dele em algum lugar que não pode ser revelado porque é objeto de sigilo.
3) Depois diz que as “insistentes intervenções” do Demarco “têm tumultuado o regular andamento do processo” e que as discussões “deverão ser rigorosamente investigadas no inquérito policial próprio”. Ou seja, na cabeça do juiz, mandar abrir um inquérito contra alguém é a mesma coisa que abrir uma ordem de serviço na autorizada da geladeira que, aparentemente, não está gelando o bastante. O técnico (no caso, policial), vai lá, desmonta a geladeira (expõe a vida da pessoa), faz uns testes (quebra o sigilo telefônico, fiscal e o que mais for necessário) para ver se talvez exista algum defeito (crime).
4) Aí, como o Demarco está “tumultuando o andamento do processo”, ele cogita adotar “medidas rígidas para assegurar a correta marcha dos atos processuais, tendo em vista os embaraços aqui criados à condução do feito”. Palavras do Juiz.
5) E o juiz, mais adiante, critica o Ministério Público porque este “não localizou nos laudos destes autos principais menções a ligações telefônicas entre Protógenes e a empresa Nexxy”. Segundo o Juiz, é estranho esta frase ter sido colocada de forma “solta e desconexa”.
6) Ou seja, o MPF não achou os tais telefonemas que seriam o indício necessário para a abertura do inquérito policial. O Juiz, mesmo obrigado pelo Supremo, não quer mostrar os telefonemas, mas jura que eles existem, e reclama do Ministério Público por dizer o contrário. Tem alguma estranha nessa história. É só o Mazloum mostrar as tais ligações e a polêmica acaba. Não é nem preciso quebrar o sigilo.
7) Isso para não falar de outras coisas estranhas nesse despacho do Mazloum, que faz acusações sobre o Ministério Público, tenta dar lição de moral em todo mundo.
Comentário
No vídeo abaixo, entrevista de Gilmar Mendes em junho onde, sem analisar o processo, ele corrobora a tese de interesse de Daniel Dantas: a de interferências econômicas nas investigações da Satigraha. Mais uma vez, julga sem analisar as provas, opina sem conhecer o processo, em uma parcialidade que deveria envergonhar seus colegas do Supremo.
Até agora, todas as manifestações de Gilmar foram em defesa de teses caras a Dantas.
Don@s do blog Saia Gilmar, com muita honra indiquei vocês ao selo Comprometidos y Más 2009.
ResponderExcluirVeja aqui: http://conscienciaefervescente.blogspot.com/2009/07/selo-comprometidos-y-mas-2009.html
Abração